Política
Um dia após Aécio aceitar exigências, Marina declara apoio a tucano
12.10.14
Do UOL
Terceira candidata mais votada no primeiro turno das eleições presidenciais,Marina Silva (PSB) anunciou neste domingo (12) apoio formal a Aécio Neves (PSDB). O tucano disputa o segundo turno com Dilma Rousseff (PT).
Terceira candidata mais votada no primeiro turno das eleições presidenciais,Marina Silva (PSB) anunciou neste domingo (12) apoio formal a Aécio Neves (PSDB). O tucano disputa o segundo turno com Dilma Rousseff (PT).
"Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando
um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu
partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir
que sejam cumpridos", disse Marina ao
ler nota.
O apoio foi dado um dia após o tucano se comprometer a cumprir, mesmo que de forma vaga, quase todas as
exigências feitas pela ex-senadora.
Em documento divulgado pela campanha de Aécio,
ele se comprometeu a garantir ao Executivo o papel de demarcação de terras
indígenas, a ampliar a reforma agrária e acabar com a reeleição de cargos do Executivo.
O único dos principais pontos que ficou de fora do documento lido por
Aécio foi a redução da maioridade penal, que Marina é contra.
"Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma
carta compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer
interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio", disse a
ex-senadora.
Minutos após a declaração de apoio, Aécio agradeceu o gesto. "Hoje, com a
benção de Nossa Senhora Aparecida, é um dia glorioso para a nossa campanha.
Recebo com muita honra e responsabilidade o apoio de Marina Silva. A partir de
agora somos um só corpo, um só projeto", disse no santuário de Nossa
Senhora Aparecida (a 180 km de São Paulo).
Já Dilma disse não acreditar que os votos da ex-senadora serão
automaticamente transferidos para o tucano.
"Não acredito que haja uma transferência automática para ninguém", disse
em São Paulo.
Ao apoiar o tucano, Marina não repete o que fez em 2010, quando também
terminou o pleito na terceira posição. Na ocasião, ela preferiu ficar neutra em
relação à disputa entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Marina comparou Aécio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010). "Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso
[1995-2002], a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de
poder, mas não a perda da estabilidade econômica. E isso foi inequivocamente
acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de
seu antecessor", leu a ex-senadora, que foi ministra do Meio-Ambiente no
governo petista.
"Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder
fará bem ao Brasil (...) Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente
manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que
assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os
setores produtivos", declarou.
Ao declarar o apoio, Marina declarou que tomou a decisão após os
partidos da sua coligação anunciarem suas posições no segundo turno.
A Rede Sustentabilidade, o movimento político de Marina, que pretende se
transformar em um partido, pediu a seus militantes que no segundo turno não votem em Dilma ao recomendar voto branco, nulo ou em Aécio.
O PSB, partido pelo qual Marina concorreu à Presidência, declarou seu
apoio ao tucano. Ontem, a família do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um
acidente aéreo em agosto, também declarou apoio formal a Aécio.
Horas após o anúncio da família de Campos, o presidente nacional do PSB,
Roberto Amaral, divulgou uma carta aberta em que apoia a reeleição de Dilma e afirma que seu partido "traiu a
luta" de Eduardo Campos ao se aliar a Aécio.
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