
Na segunda colaboração, quero compartilhar sobre uma estação de rádio do Sistema Correio que considero ser uma das mais bem-sucedidas no interior do estado – a Correio do Vale FM, a voz do Vale do Mamanguape.
Antes mesmo de estrear no rádio comercial, eu ouvia a Correio do Vale, principalmente para prestigiar o amigo Balla em seu horário. Ao longo dos 24 anos completados em agosto de 2025, a emissora surgiu pouco mais de dois anos antes da Rádio Guarabira FM, da qual sou um dos fundadores – e digo isso com muito orgulho. Ao contrário da extinta Potiguara, da qual eu também era ouvinte, a Correio chegou em FM e se consolidou em Mamanguape com uma proposta diferente: fazer rádio popular, com uma comunicação vibrante, jornalismo combativo e prestação de serviço.
Sob a gerência do Alex Jan Medeiros, a Correio do Vale cresceu competindo, diretamente, com rádios da capital paraibana e vem se mantendo relevante na região graças ao seu modelo de gestão, avalio – que alinha e envolve toda a equipe, garantindo uma condição que considero fundamental para quem trabalha no mercado de radiodifusão: liberdade editorial. E liberdade não tem nada a ver com fazer o que quer e dizer o que pensa “sem filtros”: jornalismo sério é feito com liberdade e responsabilidade, mantendo princípios éticos e básicos como ouvir os dois lados da notícia, por exemplo.
A programação musical da CDV também sempre foi alinhada com o que mais se escuta na microrregião. Por um momento, em outra frequência, a 94 FM foi uma das rádios que mais promoveu e fez parcerias para a realização de shows com artistas regionais no interior da Paraíba. A venda shows, embora não seja novidade no mercado, é uma opção para o que a gente chama hoje de “rádio híbrida”, um modelo que aposta da criação de novas possibilidades de negócio para aumentar o faturamento – desde a venda de ‘lembrancinhas personalizadas’, espaço na grade, aluguel de estúdio para podcast, por exemplo…
Assim como as demais afiliadas da Rede Correio Sat, a voz da região do Vale conta com programas em rede e locais, e se diferencia das demais emissoras do grupo pelo seu jornalismo matutino – com mais tempo na grade -, horário em que os jornalistas Willian Soares e Lenilson Balla fazem a cobertura policial e política, sem abrir mão do serviço e da interação popular. Na sequência, a rádio replica alguns programas da ‘cabeça de rede’ e terceiriza horários para programas do segmento popular.
Eu avalio que desde sua estreia no dial, a Correio do Vale FM tem apostado numa linguagem popular – não ‘populesca’ (!) -, focada num público específico, como convém a uma estação de rádio comercial. Tenho dito: quanto mais uma emissora deixar claro para quem pretende falar, mais fácil será se estabelecer no mercado cada vez mais competitivo, atraindo e fidelizando anunciantes.
Continuar alinhando o modo tradicional pelo dial ao modo digital – com uso de streaming e imagem -, e propondo um conteúdo diferenciado e interessante, é o caminho para continuar relevante e influente no mercado, onde o Rádio alcança 79% da população do Brasil, com média diária de 3h47 minutos de consumo pela audiência, segundo recente pesquisa Inside Audio, da Kantar IBOPE Media. Vida longa ao rádio, então!
No mais, agradeço novamente pela atenção. Quem quiser, pode me seguir no Insta @ikedagomes, onde posto alguns insights e provocações de fácil leitura e compreensão sobre Comunicação, Política e Vida. Até a próxima! #Opinião
Este artigo foi escrito e publicado inicialmente no Blog do Lenilson Balla, reproduzido, posteriormente, no Blog do Ikeda, IV PODER e nas redes sociais do editor