
Nessa minha estreia como colunista do Blog do Lenilson Balla, cujo editor eu conheço de perto – por sua competência, sobretudo – e com quem tive oportunidade de trabalhar no começo da minha carreira na imprensa, quero, primeiramente, agradecer pelo convite para ocupar este espaço e escrever sobre Comunicação – com destaque para radiodifusão e Jornalismo.
Na primeira colaboração, como radialista e jornalista, eu iria compartilhar sobre a Correio do Vale FM, mais uma estação de rádio do Sistema Correio, que considero ser uma das mais bem-sucedidas no interior do estado. No entanto, o fim da Transamérica, que foi referência no país, repercutiu bastante no mercado e é sobre isso que eu quero falar na minha primeira coluna.
Eu posso afirmar que sou de uma geração privilegiada porque tive a oportunidade de acompanhar a Transamérica, na qual sonhava trabalhar como locutor. Algumas das minhas referências também fizeram parte da rede que, apesar de ser uma marca forte, não vinha se posicionando bem no mercado de rádio ultimamente e, agora, chega ao fim em definitivo.
Sou da época da Transamérica Pop, de programas lendários como “Sarcófago”, “Café com Bobagem”, “Naftalina”, “Adrenalina”, “Estúdio ao vivo”, por exemplo; e locutores como Gislaine Martins, Domenico Gato, Ricardo San, Ruy Balla, Ikeda, Tina Roma, Flavio Siqueira… E como eu estava iniciando minha carreira, aproveitava para gravar meus locutores preferidos em fitas K7.
Embora eu não tenha trabalhado na Transamérica, a rádio foi uma escola para mim e para tantos outros colegas locutores – como o próprio Lenilson Balla – que compartilhavam do mesmo sentimento que eu: de fazer rádio jovem com vibração, tendo os melhores locutores como inspiração e referência para construção de identidade.
“Transamérica! Primeiro lugar em diversão!” Além desse slogan forte, a rádio tinha uma plástica compostas por trilhas e vinhetas marcantes – alguns pacotes produzidos pela produtora americana ReelWorld, por exemplo. E o que falar da seleção musical da Transamérica? Incrível!
Outro detalhe: assim como a Jovem Pan, a Transamérica também tinha uma revista mensal com informações sobre a rádio, bastidores, moda e, principalmente, editoriais sobre bandas e música. Eu não era assinante, comprava as capas que me interessavam…
Mas esse tempo passou e ficará guardado na memória de quem, como eu, cresceu e construiu a carreira tendo a Rede Transamérica como uma das referências no mercado de rádio, pelo conjunto da obra – programas, repertório, estilo de locução, plástica, promoções… O fim da Rede Transamérica repercutiu e mexeu com o mercado de radiodifusão.
Lamento muito pela despedida de uma rádio que fez diferença no mercado e na formação de tantos comunicadores. Reafirmo, porém, que fui privilegiado por acompanhar, talvez a melhor fase da Transamérica e agradeço por ter vivido nessa época e ainda poder acompanhar essa nova proposta que, além de gerar novas oportunidade, também deve ser marcante.
Com a compra das emissoras da rede por João Camargo, a Transamérica deu lugar a Rede TMC, já com nomes bastante conhecidos do jornalismo, para competir com CBN e Band News. A estreia aconteceu na segunda-feira (13), com jornalismo e esportes, no dial e plataformas digitais. O Grupo Camargo de Comunicação também opera a Alpha FM, 89 FM e Rádio Disney. #Mídia #Opinião
Artigo escrito como colaboração especial para o Blog do Lenilson Balla. Segue o link https://lenilsonballa.com.br/o-fim-de-uma-era-no-dial-transamerica-agora-e-tmc/