Ninguém sabe o que o senador Veneziano, atual presidente do MDB da Paraíba, pretende fazer com a legenda. Sabemos, entretanto, que ele quer ser governador um dia. Porém, essa indefinição dele em relação ao posicionamento do partido – se vai lançar candidatura própria ou apoiar a reeleição de João Azevedo (Cidadania) -, tem causado divisão e enfraquecimento na legenda.
Não bastasse essa ‘queda de braço’ que, aparentemente, Veneziano tenta travar com o governador João Azevedo, o comportamento do senador paraibano em relação à eleição deste ano tem comprometido a imagem do partido e, sobretudo, a atuação política de emedebistas históricos como Roberto e Raniery Paulino, por exemplo, a quem o MDB-PB deve muito.
Diferente de Vené – que, como um aproveitador, trocou o MDB pelo PSB, ‘pegando carona’ na liderança de Ricardo Coutinho, para se eleger senador e garantir o emprego no Senado; voltando para o MDB após “a Calvário” –, os Paulinos têm sua história pautada no trabalho e construída no MDB de Ulisses Guimarães – na alegria e na tristeza, sem trocar de partido.
Enquanto Roberto e Raniery têm como característica o diálogo, buscando fortalecer a legenda no estado e nas regiões onde têm influência política, Veneziano parece ignorar a história e os fatos. Se o ex-prefeito de Campina Grande acha que não tem o que perder por ainda ocupar uma cadeira no Senado, o partido e seus filiados podem sair perdendo com decisões erradas.
Ao assumir a liderança do partido, depois da morte do ex-governador da Paraíba Zé Maranhão, o vice-presidente do Senado Federal Veneziano Vital tem agido como se o partido fosse seu, como se estivesse usando a legenda a seu favor, testando a paciência de parte dos filiados.
Roberto e Raniery não merecem passar por isso. Eu, no lugar deles, já teria ‘chutado o balde’, pois considerando que Paulino é um patrimônio e uma reserva moral do partido, o MDB perderia muito mais com sua saída.
Roberto não era para ter aberto mão da presidência do MDB-PB. Não tinha nome melhor para suceder o senador Maranhão. Vené sabia disso. E sabe também que os Paulinos têm um compromisso com João em 2022. No entanto, o senador também parece ignorar esse detalhe.
São coisas da política, né? É por isso que eu não duvido que Veneziano mande qualquer um que contrariar seus interesses para “o sacrifício” , isso inclui os Paulinos – principalmente, se esta for para ele uma opção e a forma mais rápida de trocar o Senado pelo Palácio da Redenção. #Opinião