Formado por dissidentes de Paulino e Toscano, por uma maioria que passou anos ‘comendo na mesa’ das duas famílias e agora ‘cuspe no prato que comeu’, o PSB de Guarabira (PB) foi derrotado na eleição municipal de 2016. Quem lembra? E também não conseguiu eleger seu candidato a deputado estadual nas eleições de 2018 – Célio Alves, “a voz do novo”, não convenceu e obteve inexpressivos 3.752 votos: diferente de João Azevedo, bem votado na cidade. Sem força para ganhar uma eleição no município, o partido conta com um candidato sem voto e um articulista que adora tentar comprometer a trajetória política de quem tem votos e ficha limpa no cartório.
Na semana passada, Roberto Paulino (MDB), ex-governador e incontestável liderança política, foi, novamente, alvo da opinião de um dissidente de Toscano. O dono do Portal 25 Horas, que dá voz ao Governo Estadual e aliados políticos, publicou um artigo e fez questão de lembrar as disputas que Roberto Paulino perdeu. O editor só se esqueceu de dizer que Roberto foi candidato mais votado em Guarabira, obtendo 14.639 votos – mais do que o candidato a governador – na eleição do ano passado; e um total de 262.998 votos na PB para senador, numa disputa desigual em relação a apoios políticos e estrutura de campanha.
Inicialmente, o texto trata da aparição de Roberto e da ex-prefeita Fátima Paulino na audiência pública que ocorreu quinta-feira (28), na Câmara de Guarabira. O deputado estadual Raniery Paulino, reeleito para o seu quarto mandato parlamentar, também compareceu. Certamente, se Roberto e Fátima não tivessem comparecido à sessão especial que discutiu a situação do trânsito na cidade, seriam duramente criticados pela ausência. Ou não. Mas eles compareceram. E mesmo assim, o editor do site não poupou críticas a Paulino, por sua fala; e, achando pouco, ainda chamou o ex-governador de ‘cínico’.
Perguntar não ofende: é melhor ser chamado de cínico sem nunca ter sido acusado de corrupção ou defender um ex-governador que está sendo investigado por suspeita de corrupção?
Um trecho do artigo me chama a atenção:
“O jovem de 17, 18 anos não sabe, ou poucos sabem, mas Roberto Paulino foi prefeito de Guarabira por 8 anos, governou a cidade por 96 meses e não resolveu o problema do trânsito. Foi vice-governador por 3 anos e 3 meses e governador da Paraíba por 9 meses e não resolveu o problema do trânsito.
Sua esposa, Fátima Paulino, foi prefeita de Guarabira por 8 anos, foram mais 96 meses de chance para resolver o problema do trânsito e nada mudou.”
– Qual era o “problema do trânsito” quando Roberto Paulino era prefeito?
– E quando os Toscanos voltaram ao poder no município, havia problema no trânsito durante o governo que o editor do ’25 Horas’ defendia como aliado?
– De qual ‘trânsito’ o colunista do P25H se refere, afinal?
O Caderno de Matérias não tem procuração para defender ninguém. Porém, é preciso apontar, na linha do tempo, a partir de quando passamos a ter problemas de mobilidade no município.
Até onde se sabe, na época em que Roberto Paulino foi prefeito não existia o mesmo número de veículos que temos hoje e o fluxo seguia, normalmente, com seus problemas pontuais.
E a gestão de Fátima também fez por onde garantir mais mobilidade – asfaltando e abrindo novas vias. Custa reconhecer?
O autor do artigo também lembra que “a maior intervenção na mobilidade urbana de Guarabira foi uma ação do governo do estado, na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que investiu mais de R$ 10 milhões na construção do contorno viário João Pedro Teixeira.”
E por que essa obra, reconhecidamente necessária, também não resolveu o problema do trânsito? Pelo menos a gente reconhece que sem o contorno a situação seria pior.
Sinceramente, dessa vez meu colega jornalista Jota Alves ‘falou muito e não disse nada’. #Opinião
