LENA GUIMARÃES: Camila, João e o caixa 2

LENA GUIMARÃES

A história do divorcio do imperador romano César e sua segunda esposa Pompeia, deu origem ao famoso provérbio “à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, que inspirou a deputada Camila Toscano (PSDB) ao cobrar a demissão dos secretários de Estado investigados na Operação Calvário, e ao questionar legitimidade do mandato do governador João Azevedo (PSB).

“Na vida pública não é suficiente apenas ser honesto, é preciso parecer honesto. E não está parecendo nenhum tipo de honestidade a condução desse governo com esse processo”, disparou Camila da tribuna da Assembleia, enquanto parlamentares governistas faziam “ouvidos de mercador”.

A deputada se referia as investigações do GAECO/MPPB sobre a Cruz Vermelha, acusada de desviar recursos da Saúde, pagar propina e até financiar campanhas.

Pelo que se apurou na Paraíba, a Cruz Vermelha não tinha experiência e não poderia sequer ser considerada organização social quando ganhou, sem licitação, a gestão do Hospital de Trauma.

Preso na Operação Calvário II, Leandro Nunes Azevedo confirmou que recebeu dinheiro, mas disse que parte era para outros agentes públicos. Que pagou contas da campanha de João Azevedo com os recursos ilícitos e até deu os nomes e valores transferidos para cada fornecedor contemplado na campanha de 2018.

Camila apresentou sua visão dos fatos: “Não se pode permitir que um governador permaneça no poder tendo vencido as eleições usando Caixa 2, a partir de dinheiro público desviado da nossa saúde, do hospital de Trauma”.

Também insistiu no afastamento dos secretários citados. “Estamos falando de secretários de Estado, do procurador-geral do Estado, pessoas com alto poder de decisão e que estão determinando para onde vai o nosso dinheiro. Aí, eu pergunto, adianta mudar a organização social se você permanece com as mesmas pessoas na gestão? Será que não se formará uma nova organização criminosa com esses mesmos secretários?”

A pressão sobre o governo não tem sido pequena e pode aumentar com o julgamento, hoje, da gestão da Cruz Vermelha no Trauma, pelo TCE. Quem viu o relatório da Auditoria da Corte diz que é demolidor. #Opinião

JORNAL CORREIO DA PARAÍBA

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