OPINIÃO: O que o povo quer, afinal?

Soberano é o povo, eu sei. O voto dele também. Inclusive, o voto é a única arma do eleitor e o único recurso que põe medo em político, daí o motivo pelo qual ele é tão disputado nas eleições. Mas assim como é possível discordar de uma decisão judicial, embora tendo que cumpri-la, as escolhas do eleitor também podem e devem ser questionadas se necessário. E isso se dá, muitas vezes, quando não fica claro o que, de fato, o eleitor quer.

Considerando as eleições de 2022, afinal, que Brasil a população quer para si? Este ano, tivemos opções defendendo propostas reais e possíveis, contudo o povo fez sua escolha e levou a disputa para um segundo turno: entre o PASSADO que deixou rastros de corrupção e um PRESENTE duvidoso. O que ambos têm em comum? Comprometem o futuro, mantendo o país dividido e um discurso de ódio. É isso mesmo que o povo quer?

Como cidadão e profissional de imprensa eu nunca assisti uma disputa eleitoral tão acirrada e tão marcada pela incoerência em toda minha vida – é que fui instruído a levar em conta o alinhamento político dos partidos e os discursos dos candidatos ao longo de suas carreiras na política nacional e estadual, por exemplo. A verdade é que há muito interesse envolvido – e não é pelo povo, acredite. E a única coisa que supera esse interesse é a incoerência política.

Doeu e não deu para aceitar a aliança nacional do PT com candidatos do MDB, apontados como golpistas, sobretudo, pelos petistas. No primeiro turno, Lula (PT) preteriu o governador João Azevedo (PSB), candidato a reeleição e que o apoiou, e anunciou Veneziano (MDB), que votou pelo impeachment de Dilma e foi reprovado nas urnas, ficando em quarto lugar, como seu candidato na Paraíba. Agora, com apoio de Lula, João vai para a disputa com Pedro (PSDB).

Eu avalio que se tivesse o apoio de Lula, a eleição para governador na Paraíba, talvez, tivesse sido liquidada no primeiro turno, quando era mais fácil para João Azevedo. Ou não, tendo em vista o resultado da maioria das pesquisas, e, principalmente, que está difícil saber o que se passa na mente do eleitor, tanto no âmbito nacional quanto no estadual.

O fato novo é que Veneziano, que já defendeu o governo de João e tinha a mulher ocupando cargo antes das definições eleitorais; e que foi apoiado por Lula no primeiro turno; não seguirá a recomendação do líder petista. Lula, agora, recomenda o voto em João para governador. Veneziano, no entanto, difere do petista e vai pedir voto para outro candidato.

Derrotado nas urnas em 2022, Veneziano achou melhor desconsiderar e esquecer o passado de disputadas e embates entre os Vital do Rego e os Cunha Lima em Campina Grande e decidiu, como direito que lhe assiste, fortalecer as ‘oligarquias’ segurando a mão de Pedro Cunha Lima no segundo turno das eleições.

O governador João ainda tem contra si nomes como Ricardo Coutinho, também derrotado nas urnas; e Efraim Morais, candidato ao Senado que saiu vitorioso. Portanto, nesse xadrez político, apesar da vantagem, não será fácil para João Azevedo dar um xeque-mate nos adversários, salvo se esta for a vontade do povo, que é quem pode virar esse jogo.

Nilvan Ferreira (PL), que foi bastante votado para governador e que sai grande dessa eleição, decidiu ficar neutro. Ele vota e foi o candidato de Bolsonaro na Paraíba. Pedro também não declarou apoio nem a Lula e nem a Bolsonaro – ficou ’em cima do muro’. #Opinião

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