POLÍTICA: ‘Sou radicalmente contra o impeachment de Bolsonaro em meio à pandemia’, diz Temer

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 14, o ex-presidente Michel Temer (MDB) posicionou-se fortemente contrário a um eventual impeachment do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido). “Sou radicalmente contra o impeachment do presidente em meio à pandemia. Todo e qualquer impedimento é traumático, eu passei por este momento. Cria-se um trauma político no país todas as vezes que um presidente é deposto através do impeachment e a ferida seria ainda maior neste momento. Passamos por uma pandemia violentíssima e o combate ao vírus durará todo o ano. Agora, imagina misturar a pandemia com um pedido de impeachment. Para se ter uma ideia, para que um processo de impeachment seja aberto, ele precisa ser aceito pelo presidente da Câmara, que deve montar uma comissão destinada a analisá-lo por cerca de 40 dias. Caso a comissão decida pela continuidade do impedimento, o documento segue para o plenário da Câmara que julga a acusação — o que demandaria mais um tempão de discussão política e institucional. Se a Câmara o julgasse procedente, o pedido seguiria para o Senado, onde seria debatido longamente”, explicou.

Atualmente, Bolsonaro é alvo de 111 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados. “Ano que vem nós temos as eleições presidenciais, quem gosta de Bolsonaro pode votar para que ele permaneça, quem está insatisfeito, vota em outro candidato. Por isso reitero, não vale a pena tumultuar politicamente o país”, ressaltou Temer. O pleito eleitoral de 2022 já permeia o imaginário de eleitores e candidatos, que traçam os possíveis cenários de embates políticos. Segundo pesquisas eleitorais, há a possibilidade de Bolsonaro enfrentar o ex-presidente Lula em um eventual segundo turno da disputa. No entanto, para Michel Temer, há espaço para outro candidato na corrida pela cadeira do Executivo.

“Estamos muito distantes das eleições de 2022, precisamos focar em 2021 porque há muitos problemas graves para resolver. No entanto, considerando a disputa, não acho improvável que até lá o povo diga: ‘não queremos mais radicalizações em nosso país, queremos moderação’. Precisamos de um presidente que produza resultados e conduza o Poder com tranquilidade. Não dá para negar que em 2018 enfrentamos mais do que a polarização política, mas sim a radicalização geradora de ódios, que é incompatível com a solidariedade tradicional do povo brasileiro. Espero que surja um candidato que não coloque brasileiro contra brasileiro. Podemos possuir divergências pragmáticas e ideológicas, mas não podemos alimentar diferenças pessoais que gerem a raiva entre as classes e corporações do Brasil”, concluiu o ex-presidente. #Política

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