Enquanto o prefeito de Guarabira (PB) Marcus Diogo (PSDB) usa rádios e a internet para repetir o mesmo texto, tentando, a todo custo, convencer a população local de que sua gestão é modelo e exemplo, a mídia estadual, baseada em fatos, tem mostrado que não é. Não é a primeira vez – nem a segunda – que o município ganha destaque negativo na imprensa da capital.
Depois das matérias sobre o mercado, que continua abandonado; e sobre o lamaçal no trecho de acesso ao campus do IFPB, Guarabira ganha, novamente, aparece na televisão. Dessa vez, foi na série de reportagens “Obras Inacabadas”, exibida na noite desta segunda-feira (17), no JPB2, da TV Cabo Branco/Globo – emissora que, segundo o prefeito Marcus, estava passando por crise.
Por meio de apuração, segundo a série, a Paraíba tem mais de 60 escolas e creches paradas. Em Araçagi, Catingueira e Condado, por exemplo, obras de creches estão abandonadas há mais de 10 anos. Em Guarabira não é diferente. A creche do Alto da Boa Vista segue sem prazo de conclusão. As prefeituras alegam falta de repasse de recursos, erros de projeto e até questões judiciais.
Tenho dito: se a imprensa local não fizer o ‘dever de casa’, a da capital vem e faz – como fez agora, mostrando a creche do Alto da Boa Vista, iniciada em 2014. Embora o prefeito tenha dito várias vezes que tinha conseguido a solução para concluí-la, até hoje, como se viu na matéria, a obra segue inacabada. Quem sabe até o fim de 2024, ano eleitoral, o prefeito Marcus consiga inaugurá-la…
VEJA A REPORTAGEM
https://globoplay.globo.com/v/11789365/
NOTA ENVIADA À TV
“O prefeito de Guarabira, Marcos Diogo, afirmou que a construção da creche começou numa gestão anterior, em 2014. E parou por falta de recursos do Governo Federal. Marcos Diogo disse que já pediu autorização para concluir a obra com recursos próprios, mas o pedido foi negado. Agora, espera solução federal.”
Por que, então, o prefeito gravou um vídeo em 16 de outubro de 2021, dizendo que, “com certeza absoluta”, estava saindo do FNDE com soluções para as creches?
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Como escrevi anteriormente, o chefe do Executivo guarabirense vem dando ‘munição’ gratuita aos que fazem oposição ao seu governo, a quem costuma chamar, “carinhosamente”, de “meia-dúzia de pessoas”. O ritmo da atual gestão municipal é tão lento que sua possível sucessora não terá como dar continuidade porque ‘pouco foi feito…’ E se ela propuser algo novo, estará reprovando a gestão.
Se eu fosse o prefeito, mudaria a estratégia – se é que ele tem alguma: deixaria de chamar Guarabira de “cidade do trabalho” – porque não é! – e de repetir que “o trabalho não para e não vai parar”. Ao invés de insistir com esse “mantra”, buscaria responder às críticas com soluções para os problemas da cidade – buracos, obras inacabadas, finalização da creche, drenagem, mercado do peixe, complexo de saúde e por aí vai…
Por falar em mercado, a reforma já saiu do papel? Essa obra está parada há quatro anos. Em reposta à reportagem da TV Cabo Branco, exibida em 03 de março de 2022, a gestão de MD garantiu que em 60 dias lançaria um edital de licitação para reforma e continuidade da drenagem. Perguntar não ofende: já resolveu essa questão?
Em entrevista, o prefeito Marcus Diogo, ironicamente ou não, e sem se dar conta da importância de sua função, disse que “não dá tempo parar de trabalhar para inaugurar obras”. E a culpa é do slogan: “o trabalho não para. E não vai parar”. Ele também já comparou Guarabira com Paris, sabia? Mas não tem como comparar – pelo menos na cidade francesa tem uma gestão eficiente, diferente daqui. #Opinião
